(ENEM PPL - 2016) Enfermo a 14 de novembro, na segunda-feira o velho Lima voltou ao trabalho, ignorando que no entretempo caíra o regime. Sentou-se e viu que tinham tirado da parede a velha litografia representando D. Pedro de Alcântara. Como na ocasião passasse um contínuo, perguntou-lhe:
– Por que tiraram da parede o retrato de Sua Majestade?
O contínuo respondeu, num tom lentamente desdenhoso:
– Ora, cidadão, que fazia ali a figura do Pedro Banana?
– Pedro Banana! – repetiu raivoso o velho Lima.
E, sentando-se, pensou com tristeza:
– Não dou três anos para que isso seja uma República!
AZEVEDO, A. Vidas alheias. Porto Alegre, s.e, 1901 (adaptado).
A crônica de Artur Azevedo, retratando os dias imediatos à instauração da República no Brasil, refere-se ao(à)
ausência de participação popular no processo de queda da Monarquia.
tensão social envolvida no processo de instauração do novo regime.
mobilização de setores sociais na restauração do antigo regime.
temor dos setores burocráticos com o novo regime.
demora na consolidação do novo regime.